Espaços religiosos

Olhar Braga
"Espaços Religiosos"

A Literatura, o Património bracarense e a escrita criativa

Em 2017-2018, a Biblioteca Escolar e a Área Disciplinar de Português lançaram o projeto Olhar Braga destinado a alunos do 10º ano, desafiando-os a darem provas da sua criatividade, produzindo histórias que envolvessem espaços museológicos e comerciais que tinham visitado na cidade.

No ano seguinte (2018-2019), o repto lançado a alunos de 10º ano (10º1, 10º3, 10º4, 10º5, 10º7, 10º9 e 10º 10) foi idêntico, associando o conhecimento do património local com a escrita criativa. Para os alunos de 11º ano (11º1, 11º2 e 11º5) foi mais ambicioso: para além de referirem os espaços visitados (sempre numa perspetiva de lhes dar o relevo que a globalização e o desconhecimento ofuscam - e que tantas vezes levam ao seu desaparecimento!), os alunos deveriam também estabelecer um diálogo entre os textos a produzir e as obras literárias estudadas[1] no programa de Português do 11º ano que lhes serviriam de hipotexto. Para além de fomentar o gosto pela leitura dos grandes autores, este trabalho de intertextualidade permitiu-lhes também uma reflexão e abordagem atualizada de questões transversais e intemporais da condição humana referidas na literatura. Para o efeito, foi dada aos alunos a possibilidade de escolherem um ou mais dos espaços visitados em Braga, uma ou mais obras e de reinventarem ou darem continuidade aos enredos, às personagens ou às temáticas.

Queremos agradecer a colaboração, dada na fase de preparação, do Dr. António Mendes, que proporcionou aos alunos de 10º ano a "Oficina de Escrita Criativa". Agradecemos, também, a simpatia com que os responsáveis dos diferentes espaços receberam os grupos de jovens e, finalmente, realçamos a excelente oportunidade que a Câmara Municipal, na pessoa da Dra. Lídia Dias, nos proporcionou ao disponibilizar a impressão destas brochuras.

E, mais uma vez, os trabalhos produzidos pelos nossos alunos de 10º e 11º anos revelam a capacidade criativa dos nossos jovens e são motivo de imenso orgulho para todos nós - para a Escola/Agrupamento, para os espaços visitados e para a "personagem principal" - a cidade de Braga!

Delicie-se, caro leitor!

[1] Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett; Amor de Perdição, Camilo Castelo Branco; Os Maias, Eça de Queirós;

O Livro de Cesário Verde, Cesário Verde

A cruz de terras de Vera Cruz

João Cabral
José Lopes
Rui Gonçalves

Há uns anos, apareceu na Sé de Braga um grupo de turistas brasileiros para uma visita guiada, tanto à catedral como ao museu. Durante a visita, a guia levou o grupo até ao museu onde se encontra exposta a cruz da primeira missa celebrada em terras de Vera Cruz, no Brasil, e contou a seguinte história:

"Decorria o ano de 1500 quando a armada de Pedro Álvares Cabral avistou pela primeira vez terras desconhecidas. De longe, ainda no mar, avistaram as elevações, com frondosos arvoredos, recortadas pelo areal dourado e enseadas azuis e verdes que ponteavam aqui e ali com entradas de água marinha ou a foz de algum rio que ali se vertia no oceano. Ali estava a terra que haviam de pisar, a terra do novo mundo, onde tudo era diferente daquilo que eles tinham visto até então. Tudo era novidade, tudo era descoberta: as pessoas, a cor delas, as vestes, a cultura, os costumes, as cores da natureza, os cheiros, tudo lá era diferente de Portugal e da Europa.

Os navegadores lusos ficaram de uma certa forma surpreendidos com aquilo que estavam a presenciar! Desembarcaram com alguma cautela e foram-se misturando com uma tribo que se espalhava pelo areal. A situação complicou-se, pois estes não falavam nem entendiam português, assim como os portugueses não percebiam nem entendiam a língua deles. Os indígenas, assustados, tinham estampada no rosto a violência da abordagem dos nautas portugueses. Os códigos eram diferentes mas, de improviso, o gesto foi tudo o que necessitavam.

Passado algum tempo, quando a euforia do momento já tinha passado e tudo estava mais calmo, Pedro Álvares Cabral sentou-se com o chefe da tribo, rodeando uma pequena figura esculpida em madeira, para tentarem comunicar e perceber o que fazia ali o povo vindo do mar e um pouco da cultura local.

E foi assim que Pedro percebeu que eles acreditavam em vários deuses, na força da natureza e que não professavam a mesma fé. Pedro Álvares Cabral iniciou a evangelização daquele povo, explicando-lhes e mostrando-lhes os símbolos da religião que tinham que seguir.

Após esses ensinamentos, Pedro Álvares Cabral, acompanhado dos religiosos que consigo viajavam e da sua armada, trouxe da sua nau uma cruz e explicou-lhes que esta era o principal símbolo da religião cristã. Essa cruz era um objeto simples, nada ornamentado, mas carregava a fé de cada um naquela expedição marítima.

Foi essa cruz colocada num altar improvisado e ali, no areal, foi celebrada a primeira missa em solo brasileiro, dirigida por um dos clérigos que vinham nas naus. A armada chegou-se ao altar para agradecer pela vida e pelo sucesso da viagem. Os nativos saíram da floresta densa para admirar o ritual do acontecimento. Todos sentiram na celebração uma grande festa!"

Entretanto, um dos turistas questionou a guia sobre o local onde encontraram a cruz e esta respondeu que a cruz foi encontrada em terras de Vera Cruz dentro de uma capela antiga escondida por um piso falso de madeira. Inicialmente, não se sabia que cruz era aquela, tendo um historiador feito um estudo sobre a sua origem e, após um ano e meio, concluiu que foi com essa cruz que se celebrou a primeira missa em solo brasileiro.

O segredo do Padre Geraldo

Daniela Silva
Diana Silva

Não demorou muito até que as gotas na janela tocassem uma canção depressiva, sentei-me na cama e, enquanto levava com a brisa do vento que passava pelas frinchas da janela, pensei revoltado no que se havia passado. Tudo parecia correr suficientemente mal, até que os meus ouvidos frágeis se depararam com um ruído ainda maior.

Eram Teresa e Augusto, os senhorios dos vastos campos cultivados pelos meus pais, eles acabavam de regressar da cidade nos seus belíssimos cavalos. Acompanhava-os ainda o Gonçalo, o seu filho, um rapaz alto e moreno que era conhecido pela sua extrema arrogância e agressividade. Era um dos rapazes mais populares da escola e dava-lhe imenso prazer irritar-me a mim e aos que eu considerava amigos com A maiúsculo.

O mesmo aconteceu ontem à tarde, um insulto levou a outro e acabámos numa briga que teve de ser terminada pelos meus pais. Desde então, fiquei de castigo, e fui intimado pelo meu pai que, a partir daquele dia, estaria encarregue de algumas tarefas domésticas, tais como arrumar a cozinha após as refeições e organizar os quartos.

A chuva acalmou e, como de costume, eu e os meus amigos encontrámo-nos junto à igreja de Adaúfe. Eu dava-me especialmente bem com cada um deles.

O João, tal como eu, era magro e alto para a idade, com cabelo e olhos castanhos, aluno estudioso e metódico, bom companheiro de brincadeiras e conversas e, ao contrário de mim, grande desportista.

O Hugo, um pouco mais baixo de cabelos escuros e de olhos verdes, era um pouco inseguro relativamente ao seu corpo, ele considerava-se gordo, apesar de todos lhe dizermos que era apenas um pouco espaçoso.

Finalmente, Inês um pouco mais baixa que o Hugo, magra e de expressão muito viva, onde sobressaía um sorriso simpático e franco, ela era definitivamente a alegria do nosso grupo.

Hoje, após o que sucedera lá em casa, não estava com disposição para as demais brincadeiras propostas pelos meus amigos. A minha inquietação e raiva eram percetíveis, e assim não tardou até que os meus amigos constatassem que eu não estava bem. Não tardou até que as perguntas surgissem, e eu, embora hesitando, expliquei-lhes o que se passara. Após algumas gargalhadas, uma nuvem de silêncio pairou sobre nós e numa tentativa de arranjar uma solução, os nossos cérebros recheavam-se de múltiplas camadas de pensamentos. Até que Inês, a mais perspicaz do grupo, quebrou este ciclo de silêncio e sugeriu um plano diabólico de Vingança. Esta era a única palavra que, embora tenha surgido nos planos da Inês, era de igual forma compartilhada pelo João.

Inicialmente, Hugo, o mais sensato e conciliador de todos, não estava de acordo, pois considerava que as "coisas" se deveriam resolver dialogando. No entanto, eu estava dominado pela raiva e cego pela vingança e assim concordei com a Inês e o João, esta seria a oportunidade de nos vingarmos e lhe darmos uma lição. Depois de algum tempo tentando convencer o Hugo, finalmente conseguimos.

O plano foi estruturado da seguinte maneira: por volta das nove e meia da quinta-feira seguinte, encontrar-nos-íamos, na igreja de Adaúfe e, em seguida, faríamos uma pequena viagem de bicicleta até à praça de Braga. A feira realizava-se naquele local, à terça e quinta-feiras, e seria onde iríamos pôr em prática o nosso plano. Iríamos roubar a fruta que o Gonçalo vendia na feira, e que pertencia à mãe dele. A nossa intenção não era prejudicá-la, mas queríamos dar uma lição àquele rapaz e não olharíamos a meios para atingir os fins que tanto desejávamos.

Sabíamos que o risco de ser vistos e reconhecidos era monstruoso e, assim tínhamos que ser rápidos e eficazes. Decidimos ainda levar roupas discretas e semelhantes às dos vendedores para passarmos despercebidos.

O dia chegou e naquela manhã, assim que nos encontrámos e como não poderia deixar de ser, a conversa recaiu sobre as piadas da Inês.

- Então, pá?! Afinal estavas aí com cerimónias e a roupa até não ficou mal - afirmou Inês num tom provocatório.

- Não gozes, Inês! Sabes bem que eu nem queria vir! Só estou aqui porque acho que o David merece a nossa ajuda - explicou o Hugo.

- Pois, pois! Eu sei como gostas de dar graxa ao David! - Exclamou ironicamente enquanto soltou uma gargalhada.

- Já chega, Inês! - Interrompeu o João - Vamos lá despachar isto que eu estou cheio de fome e não estou com paciência para as vossas discussões.

Entrámos então por aquele mar de barracas e legumes à procura de vingança. Não tardou até que encontrássemos o Gonçalo na feira a vender os produtos das terras da sua mãe. Aguardámos pacientemente, até que ele se distraiu e cada um de nós pegou num cesto de fruta e correu. Repentinamente, e para meu espanto, ouvi:

- Um assalto! Um assalto! - Berrava assim Teresa (fiquei incrédulo quando ouvi a sua voz, nunca pensei que lá estivesse), e quem não tinha escutado, escutou, multiplicando-se rapidamente a notícia. Não tardou até que a sirene da polícia se fizesse ouvir e no atropelo da fuga pacotes rasgaram-se, melancias rolaram, tomates esmagaram-se, e o que os " Bandidos " não levaram era agora objeto de saque popular.

No meio de tanta correria vimos como único refúgio a Sé de Braga. Sabíamos que era o local ideal para nos abrigarmos e esconder daqueles que nos procuravam.

O medo corria-nos nas veias, e a ansiedade e nervosismo consumiam-nos, estávamos desesperados porque sabíamos que aquela brincadeira nos podia sair cara, mas agora era tarde para arrependimentos.

Depois de tanta correria, finalmente chegámos, e entrámos numa capela - a Capela de São Geraldo - parecia ser um local calmo e seguro, seria um esconderijo perfeito. Pousamos então as cestas de fruta em cima dos bancos da frente e, logo a seguir escondemo-nos atrás do altar.

Seguidamente, ouviu-se a voz rouca de um senhor a falar com o padre. Nós os quatro entreolhamo-nos mas não nos atrevemos a mexer. Não tivemos coragem para dizer uma única palavra. Não tardou até que a igreja se tornasse um completo silêncio, o que nos deixava ainda mais em pânico pelo facto de não saber o que se passava por detrás daquelas grandes portas. O Hugo sentiu as lágrimas a subirem-lhe aos olhos. Depois de o ver, o João deixou sair o soluço que tentava prender na garganta. Todos estávamos apreensivos e com vontade de fugir, mas a presença de alguém que acabara de entrar naquela capela obrigava-nos a manter a calma. Conseguíamos escutar cada passo dado, estava cada vez mais próximo. Nesse momento, até eu, o mais corajoso do grupo, estava a ficar em pânico, juntamente com a Inês, cujo rosto mudou em questão de minutos, a alegria dos seus olhos converteu-se em poços de tristeza e arrependimento...

Naquele instante a coragem chamou por mim, eu sabia que tinha que fazer alguma coisa, não podia simplesmente assistir àquele panorama e não fazer absolutamente nada, então levantei-me. No preciso momento em que me levantei, um olhar meigo recebeu-me, era o padre Geraldo. Ele ficou surpreso por me ver, e mais ainda por ver os espíritos depressivos dos meus amigos, que se levantaram a seguir a mim.

Contámos-lhe o sucedido e, depois de nos ter dado um "sermão", decidiu ajudar-nos. Ordenou que colocássemos a fruta espalhada pelo altar e fez-nos prometer que não faríamos nada do género nunca mais. Informou-nos ainda que como forma de penitência pelos nossos atos seríamos os próximos catequistas das crianças que frequentavam a catequese e, embora o apetite fosse pouco ou mesmo nenhum, limitamo-nos a aceitar. Ficamos preocupados com o padre, pois não seria fácil livrar-se de tanta fruta, mas ele surgiu com a brilhante ideia de criar uma festa em sua honra. Daí em diante, naquele exato dia, passaria a ser celebrada uma festa em honra do padre São Geraldo. Mas o que surgiu como incógnita foi: por que é que aquela festa era celebrada com fruta? Porquê naquele dia? Pois bem, seriam perguntas a que nunca ninguém iria responder, pois ninguém saberia a verdadeira resposta - A não ser tu que acabaste de ler neste exato momento...

Casamento de D. Henrique e D. Teresa

Afonso Vinhas
André Dias
Tiago Faria
Marcus Silva

Ainda me lembro como se tivesse acontecido ontem! O casamento de Dona Teresa e D. Henrique era anunciado por todo o Condado, após El Rei de Leão e Castela, Afonso VI, ter dado a mão de sua filha e o Condado Portucalense como recompensa a Henrique de Borgonha por ter ajudado a reconquistar as terras da Galiza. Arautos do rei bradavam nos caminhos por onde passavam, nos terreiros das igrejas e nos mercados, anunciando a feliz novidade às gentes que rendiam os seus préstimos ao pai da noiva.

Na corte de Afonso VI, os preparativos para o casamento seguiam com pressa, muito trabalho e ânimo. Era imperioso que tudo ficasse pronto em poucos dias para a realização da cerimónia.

Foram chamados os melhores costureiros do reino para criarem os fatos dos noivos, feitos dos melhores tecidos, mandados tecer nos melhores teares que havia. Estes seriam ornamentados com joias e pedras preciosas, dignas da realeza.

Os cavalos mais robustos, vistosos e céleres eram requisitados para puxar a carruagem onde seguiriam os noivos.

O castelo de altas muralhas e robustas ameias para avistar o inimigo, foi decorado com flores de muitas cores, pois estávamos na primavera. A carpete branca de seda, feita por árabes capturados na Reconquista, foi estendida desde o enorme portão granítico das muralhas do castelo até ao jardim que tinha sido cuidadosamente arranjado para o grande dia.

Para o banquete, foram caçados os mais possantes javalis e veados. As mais gordas galinhas, galos e perus foram preparados. Cheirava a pão saído do forno por toda a área envolvente. Faziam-se os bolos de mel e frutos silvestres. Os melhores cozinheiros chegaram e as largas mesas foram preparadas com grandes jarros de vinho que se enchiam nos barris ali colocados.

Todos os habitantes foram convidados para a cerimónia, sendo que os mais influentes e poderosos se sentaram perto do altar, na primeira fila, com as famílias dos noivos, sendo os restantes bancos ocupados de forma hierárquica. Primeiro, os mais influentes até ao povo que ficava de fora da igreja, mas alguns, com alguma sorte, puderam ficar de pé na parte de trás da igreja, como foi o meu caso.

O dia era festivo e todos estavam nos seus devidos lugares. O padre tinha os livros sagrados na mão, os convidados sentados e a população observava de fora a chegada de D. Henrique e Dona Teresa.

Ao longe, uma carruagem ornamentada e toda embelezada com panos preciosos aproximava-se, puxada por dois lindíssimos cavalos brancos, e no seu interior os noivos. Muitos soldados seguiam à sua volta, exibindo as melhores e mais reluzentes armas, levantando os estandartes como se de uma vitória em batalha se tratasse.

Os noivos, sob o olhar curioso e rendido à beleza daquele momento, apearam-se, entraram na igreja e, ao som de um alaúde e de uma flauta, tocados pelos mais famosos trovadores e jograis, deu-se início à cerimónia.

A cerimónia decorria entre orações e cânticos quando, no momento em que o padre perguntou: "Alguém se opõe a esta união?", as portas da igreja se abriram ruidosas do seu peso e delas gritou um homem: "Eu!"

Todos olharam e sussurravam sobre o sucedido, sem entender o que se passava. Mas quem era aquele homem que tão ousadamente interrompeu uma cerimónia destas?

Parece, contam, que este homem era uma memória do passado sentimental de Dona Teresa, uma paixão antiga que tinha voltado.

Com toda a ousadia do homem misterioso que envergava um manto que o cobria sem deixar que alguém o pudesse identificar, D. Henrique sentiu-se ameaçado e, de imediato, ordenou aos seus guardas que o prendessem. Assim foi feito e eu, perto da porta, vi que o levaram com movimentos bruscos e violentos. Para onde? Ninguém sabe!

A cerimónia foi retomada e o casamento aconteceu. Reinava a alegria!

Seguiu-se uma grande festa conforme estava previsto e por todo o lado se viam bailarinas, jograis e trovadores, jogos de luta, crianças correndo e rindo, habilidades de falcoaria, entre outras.

Quanto ao homem, ninguém sabe para onde foi ou o seu destino, mas... diz-se que, no dia do casamento, o homem levava consigo um pendente de um metal brilhante em forma de coração que, segundo reza a lenda, terá sido enterrado com Dona Teresa. Como passou para a mão de Dona Teresa, não sabemos.

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Descendentes de Miles

Beatriz Oliveira
Cláudia Silva
Mariana Gomes

Lembram-se do grupo Miles? Aqueles que estavam acabados e a apodrecer na prisão? Os que todos acham que não tinham plano B e que isso os condenou? Pois, adivinhem, eles tinham um plano B e nós somos esse plano, a geração seguinte.

Acho que já conhecem o ditado "filho de peixe sabe nadar", os nossos pais passaram-nos um grande legado e nós já temos um plano em curso. Mas, apesar de não sermos como os nossos pais, algumas coisas mantiveram-se, como por exemplo, o nosso local de reunião, o Café Viana. Já todos na cidade nos reconheciam, os nossos métodos eram a nossa marca, algo que nunca mudou e sempre funcionou, porém havia um detalhe que assombrava e manchava o nosso nome: o maior assalto que os nossos pais concretizaram e onde foram apanhados. Todos esperavam o mesmo deslize de nós, penso que esses seus pensamentos medíocres vão mudar muito em breve. Algo maior e melhor estava reservado e desta vez ninguém nos impediria, o nosso nome ficará gravado na história de novo e desta vez de forma permanente.

No centro da cidade, no nosso local de encontro, o nosso plano tão esperado desenrolava-se. Sendo um sítio tão movimentado, tudo chegava aos nossos ouvidos desde informações relevantes a meros rumores, e assim nos chegou aos ouvidos "A lenda da Capela dos Reis", mas é só uma lenda, certo? Não, sempre houve muito mistério à volta daquela capela que se situava na grandiosa Sé de Braga, algo que torna o impossível uma possibilidade. Reza a lenda que " Um bispo rico e avarento que não partilhava a sua riqueza com ninguém, e não possuía nem mulher nem descendentes, tamanho era o seu tesouro que uma sala não era o suficiente para o guardar..." Todavia, após a sua morte, aparentemente a sua única posse preciosa eram as vestes com que foi sepultado, isso atiçou a curiosidade do povo e até dos nobres, a procura pelo seu tesouro foi pior que a febre do ouro, mas nunca ninguém encontrou sequer uma moeda. Até que um dia... um dia um sussurro passou a ser ouvido pelas ruas "... um avarento de tal tamanho, nunca se separaria do seu tesouro nem mesmo na morte...". A informação chave para traçarmos o nosso objetivo de vez, foi o facto de símbolos estranhos e inexplicáveis apareceram no seu túmulo, quem sabe um segredo eterno.

Infelizmente, não somos os únicos a querer saber como esta história acaba, no passado, muitos tentaram e todos falharam, por causa de ladrões patéticos como estes a segurança durante a noite ficou extremamente reforçada e o prodígio é a única coisa que a este permitia a entrada. Pena que a sua ignorância desta vez não é nenhuma dádiva, só uma porta para nós, afinal não é ao acaso que dizem por aí que " entre as raposas e os Miles venha o diabo escolha", temos mais de mil esquemas e eles nem conhecem um.

Mas, como já conhecemos o local como a palma da nossa mão, sabemos todas as entradas e saídas e sabemos muito bem que aqueles seguranças vão ser mais fáceis de enganar do que as crianças, uma pequena injeção e vão ficar apagados a noite toda. Temos vários contactos, entre eles alguns farmacêuticos que nos fornecem tudo o que queremos em troca de alguns cobres.

A noite chegou, a maior luz que se via pelas ruas era a da lua cheia e a nossa banda sonora eram apenas os cantos dos grilos e das corujas. A grande Sé estava reluzente e parecia ainda mais preciosa, no entanto, o que estava lá dentro era ainda mais atraente, paramos para analisar o local para ter a certeza que não existiam pontas soltas, entramos e aí começou. Os seguranças caíam como pedras no chão e não foi muito complicado chegarmos à Capela dos Reis. Depressa vimos o túmulo de mármore à nossa frente. Nesse momento, aqueles símbolos eram o único impedimento de nos tornarmos os mais ricos e conhecidos ladrões no mundo mas as tecnologias servem para isso mesmo, estava tudo em latim, um pequeno acesso à internet e conseguimos compreender o suficiente para abrir o alçapão com escada, para baixo da grande sepultura. Até para uns veteranos, como nós, aquilo era impressionante: ouro, joias, vestes revestidas a ouro, quadros antigos, tudo o que uma pessoa poderia querer, apenas um palmo daquilo era suficiente para ser rico. Como somos muitos conseguimos pôr tudo na nossa carrinha e ir embora, não para a nossa base mas sim para o aeroporto.

Em Portugal, o nosso tempo tinha acabado, os maiores tesouros eram nossos, esperavam-nos novos destinos. Agora a questão é: vão parar, desistir, acabar com o grupo? Jamais, o nosso legado não vai ser apagado assim, considerem isto como uma tournée, o nosso nome e história vão percorrer mundo, isto não é um adeus mas, sim, um até já.

Os sapatos do Arcebispo

Ana Barbosa
Carolina Silva
Ana Helena Peixoto
Diana Faria

Os sapatos do arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles são do século XVIII e foram feitos por medida, pois eram extremamente pequenos para serem usados por um homem adulto. Esse homem media apenas 1,30 m. Tinha pé de criança e precisava de uns tacões altos para se tornar visível nas cerimónias religiosas a que presidia.

O artesão que os fez era um homem muito habilidoso na sua arte de mestre sapateiro. Era procurado por toda a burguesia, clero e nobreza, sendo que, também, era um dos mais caros da Europa, pois o seu trabalho era único e reconhecido em todos os reinos.

Ora, assim tão pequeno, o seu maior problema era não conseguir chegar ao altar e os sapatos seriam muito importantes para contornar a situação tão desconfortável para um homem do seu estatuto.

Estando prevista uma cerimónia grandiosa, onde estariam presentes os membros mais ilustres do clero, da nobreza e até o rei, o arcebispo encomendou um par de sapatos feitos nas melhores formas e forrados com os melhores tecidos a esse famoso sapateiro, que lhe permitiriam celebrar no altar e ser visto por todos. Ora aqui estava o segredo!!! Os sapatos teriam que ter uns tacões bem altos para o fazer crescer uns bons centímetros!

Foi estabelecido um prazo e quando o sapateiro tinha, finalmente, os sapatos do arcebispo prontos, foi assaltado. Faltava apenas um dia para a tão importante cerimónia e o arcebispo ficou desesperado! Apesar de todos os esforços para encontrar o culpado daquela situação, ninguém conseguiu encontrar nenhuma evidência de quem poderia ter feito tal maldade.

A noite passou, as horas ficavam curtas e o arcebispo rezava e apelava ajuda a Deus para que tudo se pudesse resolver.

Faltavam apenas minutos para a cerimónia começar e o recinto da celebração ia ficando repleto de fiéis que em surdina comentavam os rumores, que passavam de boca em boca, sobre o misterioso desaparecimento dos sapatos que haviam de fazer história. A pessoa que tinha feito o roubo também foi assistir à cerimónia e ouviu comentar sobre o desespero e desgosto do arcebispo por ter ficado sem os seus preciosos sapatos. Apesar de tudo, o ladrão comoveu-se com toda esta situação. Não fazia ideia da proporção das consequências do que tinha feito. Também gostava dos sapatos e achou-os tão engraçados!

Então, depois de ter refletido sobre o seu ato... saiu discretamente da igreja e, passado pouco tempo, qual não é o espanto de todas as pessoas quando viram os sapatos do arcebispo pousados em cima do altar, tão belos e reluzentes. A alegria foi muita e D. Rodrigo logo os calçou e cresceu como era seu desejo. Assim, a cerimónia foi um sucesso, tudo correu bastante bem e toda a gente achou que foi um milagre de Deus.

O arcebispo tinha rezado até ao último minuto, antes de começar a cerimónia e o milagre ficou conhecido como "o milagre dos sapatos de D. Rodrigo".

Hoje, este par de sapatos pode ser visto e admirado no Museu da Sé de Braga. É caso único, um par de sapatos com estas características fazer parte do espólio de um Museu.

Capela da Glória

Carolina Veloso
Patricia Silva
Sara Alves
Ana Rita Martins

D. Gonçalo Pereira, no século XIV, na Sé de Braga, mandou construir a sua capela tumular conhecida como Capela da Glória. O túmulo do Arcebispo é considerado um dos mais relevantes monumentos funerários da História da Arte Portuguesa.

Em 17 de Novembro de 1331, o Papa João XXII, através da publicação de uma bula, concedeu a D. Gonçalo Pereira autorização para gastar 6000 florins de ouro (aproximadamente 768 000€), das rendas da mesa arquiepiscopal, nos adornos da capela que planeava construir. Esta capela foi erigida fora do recinto da Sé, contudo está ligada à Capela de São Geraldo.

É formada pelo templo e uma torre de remate em ameias, com a fachada a assemelhar-se à Capela de São Geraldo. É composta por dois registos, sendo o inferior feito pelo portal em estilo gótico com múltiplas arquivoltas e o superior por uma janela em tímpano e em arco de volta perfeita.

Compreende os túmulos do Conde D. Henrique e D. Teresa, do Infante D. Afonso e do Arcebispo D. Gonçalo Pereira. O túmulo foi encomendado pelo Arcebispo aos mestres Pêro, de Coimbra, e a Telo Garcia, de Lisboa. Foi executado em pedra de Ançã; a arca assenta sobre leões e é decorada, na face direita, por um grupo de doze clérigos e, na esquerda, pelos doze apóstolos.

A cabeceira da arca é preenchida por Cristo crucificado ladeado por sua Mãe e S. João. No topo oposto, está a imagem da Virgem com o Menino ao colo. As paredes são decoradas com motivos geométricos que lembram a arte árabe. A meio da parede, do lado direito, está o brasão de D. Gonçalo Pereira e, à esquerda, o de D. Afonso IV.

Texto de escrita criativa:

Mike, um americano de 26 anos, andava a viajar pela Europa, desta vez para tentar esquecer o seu grande amor. A última visita seria Portugal, um país que lhe despertara muito interesse, mal sabendo ele o quanto o ia marcar.

Finalmente, chegara e, depois de ter visitado várias cidades, Braga seria a sua última paragem.

Depois de se ter instalado e de ter apreciado uma bela refeição, Mike começou a visitar alguns monumentos e ficou encantado com a catedral, a chamada Sé de Braga, o ex-líbris da cidade.

Os vestígios de várias épocas passadas despertaram-lhe atenção, mas ficou realmente encantado quando entrou na Capela da Glória. Aí, sim, ficou admirado com a sua beleza, pois lembrava-lhe as belas recordações do amor da sua vida.

A cultura árabe fascinava-o! A capela fazia-o reviver lembranças maravilhosas! As pinturas murais remetiam-no para a pintura mudéjar. As paredes afrescadas com painéis geométricos idênticos aos usados nos azulejos sevilhanos do final do séc. XV, faziam-no imaginar amores passados. Sentou-se a contemplar e reviveu novamente esses momentos.

Então...

Numa das suas viagens ao Médio Oriente, Mike deixou-se encantar pela beleza do país, assim como por uns belos olhos verdes, por um olhar misterioso que lhe despertara a atenção. Queria ler dentro deles e apaixonou-se.

Sara, era o nome da guia do hotel onde estava hospedado. Logo que a viu, ficou extasiado com a sua beleza, e perdidamente rendido aos seus encantos. Os dias foram passando e a cumplicidade entre os dois era notória, viveram momentos inesquecíveis naquelas paisagens deslumbrantes, mas, apesar de Sara também estar apaixonada, havia um entrave. O amor deles não podia passar de uma aventura, talvez um sonho, pois ela estava prometida a outro homem. Era assim a tradição e Sara não queria negar as suas origens.

Foi triste a despedida, juraram amor eterno, a fazer lembrar as lendas das princesas árabes que viam os seus príncipes partir para a guerra, mas cada um teria que seguir o seu caminho. O tempo foi passando, mas a dor de não estar ao lado de seu amor era insuportável, por isso tinha decidido viajar mais para tentar esquecê-la.

Ali, perante aquelas cores, decidiu que tinha de fazer alguma coisa em relação a esse sentimento, iria lutar pelo seu amor.

No dia em que ia embora prometeu a si mesmo que iria voltar a Braga, desta vez com a pessoa que mais amava.

A origem da Sé de Braga

Emanuel Dias
João Rui

A Sé de Braga, situa-se no distrito do mesmo nome, no entanto, muitos questionam "Qual será a sua origem?"

Correm vários mitos sobre o assunto como por exemplo, que foi construída no mundo dos mortos e transportada até à cidade em busca de vingança, mas só são mitos urbanos que servem para assustar as crianças.

Existe outro mito, mais religioso, cuja história fala em deuses do antigo Egipto e aí a história já é bem interessante e por isso irei hoje partilhá-la.

Tudo começa no antigo Egipto, mais concretamente no tempo dos faraós.

Rá é o deus mais poderoso e onde há poder há traições. E foi mesmo isso que aconteceu. Settraiuo povo egípcio acabando por assassinar o seu irmão, Osíris, deixando a protagonista desta história, Ísis, chorar a morte de seu irmão/esposo e assim criar o Rio Nilo.

Set, deus do caos, foi apanhado e também castigado. Mas esse castigo não apagava a dor de Ísis e então ela mesmo abandona o Egipto e começa a explorar a Europa. Visitou todos os locais da Europa e inspirou todos os que ela rodeava criando inúmeros templos em sua homenagem.

Quando Ísis inspirou os portugueses daquele tempo, foi-lhe criado um templo em sua homenagem onde Ísis seria lembrada para sempre.

Mas todos os seres têm um fim e a protagonista não escapou à regra. A deusa parte para o outro mundo deixando a dor aos povos europeus e por isso, muitos dos seus templos foram destruídos pelos seus devotos, restando apenas o templo da cidade de Braga. Anos mais tarde, o templo foi dedicado à virgem Maria e foram lá depositados túmulos como por exemplo o do Conde D. Henrique, mas, porquê?

Será porque a Virgem e o rei foram tão marcantes como a deusa?

Ninguém sabe responder, no entanto, os anos passam, mas a história ficará sempre marcada.

A Mudança

Lisandra Azevedo

Era um dia normal como tantos outros que esta menina já tinha passado. A rapariga tinha acordado, ido para a escola a pé, assistido às suas aulas como sempre, e já vinha a caminho de casa. O percurso era o mesmo de sempre; saía do Liceu Sá de Miranda, passava pela Doçaria S. Vicente, famosa pelos seus moletinhos, fidalguinhos e outras doces iguarias, e chegava à igreja de São Vicente, cuja peculiaridade é a sua torre que está colocada num local diferente em relação às outras igrejas. Uns metros em frente, chegava finalmente a casa.

Era uma rapariga normal e simples que à primeira vista não se destacava, só apenas após uma conversa e algum tempo de convivência. Apesar de ser uma jovem camuflada na sociedade, ela sobressaía, e muito, quando conversava com alguém sobre os seus gostos gerais. Enquanto que as suas colegas eram fanáticas pelo Backstreet Boys e pelas Spice Girls, esta apreciava Red Hot Chilli Peppers, AC/DC e Radiohead. Era uma caixinha de sonhos que lutava para concretizar, com a ajuda do seu melhor amigo que era como a sua alma gémea e que a apoiava incondicionalmente. Era uma jovem com caráter e sabia defender os pontos de vista dela. Tinha cabelos pretos, olhos castanhos, estatura média e uma pele branca como a neve.

Até que no caminho para casa, com a sua companhia de sempre (o seu melhor amigo), um carro acelera quando este estava na passadeira ao lado da Igreja de São Vicente. E um acidente fatal acontece, o seu melhor amigo é atropelado por um homem embriagado. O choque foi tremendo e a jovem vê a sua vida a andar para trás; de repente, perde o seu amparo e a sua companhia de sempre.

Já tinha passado uma semana, o funeral já tinha ocorrido e grande parte das pessoas já tinha seguido com a sua vida. Mas ela não o conseguia fazer. Andava revoltada e numa busca cansativa e infinita de respostas que lhe amenizassem a dor.

Um dia decide fazer um percurso diferente, desta vez deu uma volta maior, seguiu pelas ruas estreitas e nada organizadas da nossa cidade e acabou por ir ter à Sé, monumento com grande parte da história de Braga. Neste momento em específico, lembra-se do seu parceiro, pois a missa do funeral tinha sido na Sé, e decide entrar.

Mal entra no edifício religioso e imponente, uma estrutura grandiosa que alberga um riquíssimo museu e tantas outras obras de arte, é abordada por um padre que começa a questioná-la sobre o porquê de se encontrar ali. Ela interpela-o com perguntas que a aterrorizavam nestes últimos dias para ver se este lhe arranjava alguma explicação. O clérigo diz-lhe simplesmente que ela tem de seguir em frente, sem esquecer o seu amigo.

Com estas palavras a rapariga sentiu que devia encarar a situação com outros olhos e fazer o que o religioso lhe dissera. Apercebeu-se, finalmente, que tudo o que a rodeava era demasiado bonito para ser desperdiçado e acabou por começar a escrever o que sentia.

Terror na Sé

Xavier Sousa
Hugo Alves

Um casal nórdico decidiu passar as suas férias em Portugal, mais especificamente em Braga. Ambos gostavam de visitar monumentos e conhecer a história dos locais.

Paralelamente, o Tó e a Ju eram alunos do 10º 8 de Humanidades da Escola Sá de Miranda. Certo dia e após o que seria mais um dia normal de escola, os dois alunos avistaram o casal em frente à doçaria S. Vicente, com um ar perdido. Prestáveis, os dois alunos foram falar com os turistas e perguntar se precisavam de ajuda ao que eles responderam que gostariam de receber algumas informações sobre os principais monumentos da cidade. Os dois alunos aconselharam algumas zonas e locais conhecidos, nomeadamente o jardim de Santa Bárbara e a Sé de Braga.

Começaram as visitas pela igreja de S. Vicente pela qual não revelaram grande interesse nos artefactos aí presentes, como por exemplo a pedra com a inscrição dos dias da semana, em vez disso mostraram mais interesse na estrutura da igreja e na sua construção. Os dois alunos prosseguiram a visita aos monumentos bracarenses; seguiu-se a visita à Sé de Braga. Durante o trajeto, passaram pelo jardim de Sta. Bárbara, mas os turistas não demonstraram grande interesse devido à ausência de estrutura física do "monumento". Os dois jovens começaram a duvidar da veracidade da identidade dos turistas e, ao chegarem à Sé de Braga, essas dúvidas aumentaram ainda mais ao ouvirem um deles a falar ao telefone numa língua estranha. Começaram a agir de forma bizarra e pouco ortodoxa o que levou os jovens a avisar o segurança do estabelecimento que imediatamente interveio e deteve os dois "turistas" que de turistas nada tinham!

Os dois jovens desmantelaram uma rede terrorista norueguesa que estava diretamente ligada ao autoproclamado Estado Islâmico e que planeava um ataque simultâneo aos diversos monumentos bracarenses que, graças a estes jovens, ficaram a salvo!!

Santuário do Sameiro

José Viana

Numa noite de nevoeiro denso, três rapazes depararam-se com uma imagem imponente e grandiosa que apareceu no meio de toda aquela névoa.

Vestida de branco, aquela figura feminina fazia um gesto de chamamento e um pedido de aproximação ao qual os rapazes, primeiramente assustados, não responderam, ficando antes estáticos e sem reação. Algum tempo depois, quando já tinham processado, mentalmente, aquele acontecimento inesperado, decidiram aproximar-se daquele vulto feminino. Quando estavam a cerca de quatro metros, obedeceram ao sinal que lhes foi feito para pararem e ouviram a seguinte mensagem dita num tom bastante carinhoso: "Fostes escolhidos para levar a boa nova desta aparição a todo o lado e para cumprir a missão de projetar este santuário no mundo católico e, assim, atrair, diariamente, numerosos fiéis a este local."

Os rapazes ao ouvirem aquelas palavras da figura feminina decidiram começar a construir o Santuário do Sameiro. Mas como eles eram só três não iam conseguir construir sozinhos tão imponente edifício e então começaram à procura de fiéis para os ajudarem a construí-lo.

Passados alguns anos, o Santuário estava pronto e começou a ser muito conhecido e visitado todos os dias por inúmeros fiéis.

Capela de Nossa Senhora de Guadalupe

Beatriz André

Alexandra Maria Sá

No alto do monte de Santa Margarida, o Padre Marcus III benzeu, em 23 de março de 1725, a Capela de Guadalupe, situada na freguesia de São Vicente. Pensa-se que, em tempos anteriores, terá sido um templo de invocação a Santa Margarida.

O que mais distingue a capela de Guadalupe, para além da sua localização privilegiada, alcandorada no alto de uma pequena elevação, é a sua arquitetura invulgar. Apesar da planta centralizada, como muitas outras igrejas em Braga, a sua forma circular é única na cidade.

O que mais intrigava o povo bracarense era o facto de que a capela não estava de frente para a sua escadaria, mas para a Catedral de Braga, um dos maiores símbolos da fé cristã, pelo seu conteúdo e pela sua história.

O que parecia um plano perfeito para esconder o verdadeiro objetivo da capela veio a desmoronar-se, dado que o povo bracarense não ficou convencido com a história contada, pois os horários da missa, as restrições que eram feitas pelo padre, as movimentações durante a noite eram deveras estranhas. Passaram-se dois anos e as certezas de que aquilo não seria uma capela religiosa foram aumentando pela movimentação/organização da capela.

Lucas, um menino curioso com onze anos, iniciava agora a sua jornada na catequese na Capela de Nossa Senhora de Guadalupe, todas as sextas feiras. Sexta-feira chegou e Lucas, entusiasmado, chamou a sua melhor amiga, Alexandra, para a sua primeira aula de catequese. Alexandra, um pouco confusa, foi mesmo assim acompanhar o seu amigo Lucas, mas este estava tão animado e numa euforia que nem notou que a sua melhor amiga tinha ficado para trás. Quando este chegou à capela, o Sr. Padre Marcus já o esperava como combinado e entraram os dois sem Alexandra.

Alexandra foi a última a chegar e por mais estranho que pareça não avistou o seu amigo, então decidiu procurá-lo em volta da capela, pois ele gostava de lhe pregar partidas. Não encontrou o seu amigo, até que ouviu uns barulhos vindos da capela. Decidiu espreitar pela brecha da porta, e qual não foi o seu espanto ao ver que no seu interior estava um grupo de pessoas vestidas com longas vestes pretas, cabeças cobertas com um capucho, num círculo, voltadas para o altar onde estava Lucas deitado e ela desconfiava que seria Marcus quem estava a liderar aquele grupo pois era o único que se destacava pela forma como proferia certas rezas.

Com as mãos sobre Lucas, executava uma espécie de ritual sobre o seu corpo imóvel: As pessoas vestidas de vestes pretas e capucho deslocaram-se, uma por uma, até ao altar com um copo na mão donde sobressaía um estranho líquido vermelho. Alexandra, sem saber o que fazer, tentou ouvir o que diziam e entender o que seria aquele líquido vermelho. Foi abrindo vagarosamente a porta até que se desequilibrou e caiu no chão fazendo um barulho enorme. Inevitavelmente, todos olharam na direção do ruído.

Desesperadamente, Alexandra, assustada, e sem saber ao certo o que fazer, começou a correr em direção a casa para pedir ajuda. Infelizmente, os membros do grupo conseguiram ter uma visão ampla do topo da capela para onde Alexandra se dirigia, e como a sua casa ficava perto dali, não foi difícil encontrá-la. Quase sem fôlego, conseguiu chegar a casa, mas para sua surpresa, não estava ninguém presente e foi nesse preciso momento que um homem grande, assustador e vestido de trajes pretos, raptou a menina encaminhando-a para um lugar onde seria mantida escondida.

A menina Alexandra foi mantida em cativeiro durante duas semanas, até à sua morte e o mesmo destino teve o seu melhor amigo Lucas. Foram usados para um ritual satânico cuja seita fora fundada pelo Sr. Padre Marcus III, o seu grande líder.

Durante estas duas semanas, vários polícias e inspetores fizeram buscas pelos dois meninos desaparecidos, mas sem sucesso. Em relação ao Padre Marcus, continuou a sua vida na igreja e a sua seita sem ninguém desconfiar dele, pois, para além de ter uma boa aparência, também homenageava as infelizes crianças nas suas missas até as buscas pararem.

Esta história foi mantida em segredo durante séculos a fio e até hoje não se sabe que significado lhe atribuir. Quem são os aliados da seita? Com que propósito se realizavam tais atos? Até hoje, a verdade fica escondida de nós, mas quem sabe, um dia, talvez um dos nossos leitores possa revelar os contornos de uma história que decerto conhece, mas não quer revelar.

Um Aparente Grande Amor entre dois jovens

Ana Beatriz Almeida
Ana Catarina Rodrigues
Ana Daniela Oliveira

Dois jovens, na flor da idade, cujos olhares, num dia de festa, se cruzaram, na igreja de S. Vicente, em Braga, sentiram uma atração imediata, um pelo outro. Laura, uma jovenzinha de dezassete anos e João, um jovem de dezoito.

Como pode o amor acontecer de uma forma tão repentina? Poder-se-á dizer que são voltas do destino.

Laura e João já não conseguiam viver um sem o outro. Assim, os anos foram passando. Amavam-se cada vez mais! Era inacreditável ver um casal tão apaixonado como eles.

Um ano após o seu encontro, no mesmo local, João declara-se a Laura pedindo-a em casamento, pedido esse, imediatamente, aceite. Sem hesitação, pois sua vida não fazia sentido se passassem um dia que fosse sem estarem juntos.

Decidiram casar-se na igreja onde a sua história de amor começou.

A Igreja de S. Vicente, também referida como Igreja Paroquial de S. Vicente, localiza-se na freguesia de S. Vicente, da cidade e concelho de Braga. O atual templo foi reconstruído em meados do século XVI e objeto de uma extensa intervenção de restauro em 1961. Encontra-se classificado como imóvel de interesse público, desde 1986. É uma Igreja em estilo Barroco, a coroar a fachada, uma cruz que lembra os privilégios e indulgências que o Papa Clemente XIII, concedeu a esta igreja por volta de 1598, no tempo do arcebispo Agostinho de Jesus. Nesta frontaria trabalhou o grande mestre-de-obras bracarense, Manuel Fernandes da Silva.

No seu interior destacam-se o coro, atribuído a Carlos Amarante, o órgão, construído pelo mestre Francisco António Solha, em 1769, os painéis de azulejos, datados em 1873, produzidos pela Fábrica de Cerâmica das Devesas.

Laura e João achavam a Igreja de S. Vicente o local perfeito para se casarem, pois era uma igreja bela e histórica.

Passados alguns dias, chegou finalmente o grande dia, o seu casamento, a 26 de agosto de 2016. Os noivos estavam lindos, o que se refletia na cerimónia do casamento e na emoção dos convidados, era um casamento cheio de amor e alegria. Após a cerimónia, os noivos receberam os convidados, na quinta de Renda, em Adaúfe.

No fim da festa, os noivos seguiram em viagem de lua-de-mel. Após alguns dias, Laura e João regressaram da sua lua-de-mel e foram viver juntos para um apartamento, na cidade de Braga.

No primeiro ano tudo correu como esperado, até que com o decorrer dos anos, o João ficava cada vez mais obcecado por Laura. Com o medo de a perder, fazia coisas sem pensar, como criticar o modo como ela se vestia, já não a deixava sair à noite com as amigas, controlava muito o que fazia no seu dia a dia, a sua profissão, etc.

Laura já não aguentava a forma como João, seu marido, a tratava e, por isso, decidiu ter uma conversa séria com ele a respeito disso. Laura pensava que João ia reagir normalmente, que ia compreender aquilo que lhe estava a dizer, mas, na verdade, João reagiu pior do que ela alguma vez tinha imaginado. Começou a agredi-la física e psicologicamente. Laura desconhecia esta faceta do marido.

Ao longo do tempo, esta situação foi-se agravando cada vez mais e Laura passou alguns anos com medo de João.

Laura pensou em vários planos para conseguir escapar da vida que estava a ter ao lado do seu marido. Pensou em fugir de casa, procurar ajuda de um Psicólogo e, como ela estava a sofrer, pensou até em suicidar-se, só lhe faltou mesmo a coragem pois por mais que João a tivesse magoado, ela continuava a amá-lo.

A cada dia que passava João ia ficando pior, parecia que agredir Laura já fazia parte da vida dele. João tratava a sua mulher como um "animal", mandava em tudo o que ela fazia e chegou a um ponto que Laura fugiu de casa para apanhar um bocado de ar e pensou que quando voltasse para casa João já estaria mais calmo e talvez estivesse arrependido pelo que tinha feito nestes anos todos. Mas não! Laura estava, outra vez, completamente errada. Quando chegou a casa, João estava sentado numa cadeira na cozinha. Ela entra e João levanta-se e logo no mesmo instante começa a agredir Laura, mas de uma maneira que ninguém poderia imaginar. Laura ficou com uns ferimentos muito graves pelo seu corpo e acabou por falecer passadas algumas horas.

A Fé como Salvação

Diana Brito
Margarida Ribeiro

Era uma vez uma menina chamada Lurdes que morava na cidade de Braga com a sua mãe Emília, há muitos anos atrás. Esta menina tinha uma rotina habitual, durante a semana ia para a prestigiada escola Sá de Miranda e aos domingos ia à igreja de São Vicente onde muitas famílias iam praticar o seu culto.

A Lurdes vivia numa família de verdadeiros cristãos e guardava um segredo, era assediada pelo padre da cidade que era muito respeitado e rico, apesar disso Lurdes mostrava-se sempre fiel à religião e tinha muita fé em Nossa Senhora de Guadalupe. Quando entrava na pequena e ilustre capela sentia-se segura e confortável. Contudo, na festa tradicional de São Vicente tomou a decisão de contar a situação de que era alvo e revelou o problema. Todas as pessoas ficaram revoltadas com ela e não acreditaram no que esta dizia. Aos olhos de todos, o padre era um homem respeitador, fiel, honrado e nada do que Lurdes dizia fazia sentido. A mãe de Lurdes ficou aborrecida e até envergonhada e não acreditando na filha, levou-a de imediato para casa para ela pedir desculpa a Deus por ter inventado aquela mentira. A jovem ficou triste e só pedia à Nossa Senhora de Guadalupe para lhe dar forças para encarar as pessoas na rua e principalmente o padre que viria atrás dela. Quando segunda-feira chegou e Lurdes foi para a escola, duas meninas gémeas, Lúcia e Amélia, foram ao seu encontro para lhe dizer que acreditavam na história dela pois passaram pela mesma situação. As gémeas da família Portela, que também iam à missa regularmente, nunca tiveram coragem de falar sobre esse assunto, até àquele dia. Disseram à Lurdes que ela as tinha encorajado e que o padre tinha que ser castigado pelo mal que lhes causou. De imediato, Lurdes combinou com as meninas encontrarem-se na capela de Guadalupe para rezarem e pensarem numa maneira de fazer com que o padre fosse descoberto por todos aqueles que desconfiavam das palavras de Lurdes. No meio de ideias falhadas, Lurdes, corajosa, disse para convidarem as pessoas que iam habitualmente à missa para irem à igreja num determinado momento, já que ela tinha programado atrair o padre, fazendo-o crer que lhe ia pedir desculpas. Lúcia e Amélia temiam pela segurança de Lurdes, mas foram obrigadas a concordar, rezaram com toda a fé para que tudo corresse como planeado.

No dia seguinte, as irmãs, como eram de uma família respeitada por todos, ao convidar o povo para a tal missa especial, fizeram com que o povo aceitasse o convite de bom grado. Quando chegou o dia, Lurdes foi ter com o padre e ele desculpou-a logo desde que aquilo não voltasse a acontecer e com a condição de que ele podia estar com ela sempre que quisesse, sem ela poder dizer que não. De repente, as portas da igreja abriram-se para o povo e lá estavam eles em frente ao altar, a infeliz e corajosa Lurdes a ser assediada mais uma vez para que todos vissem a verdadeira realidade do padre que tanto acarinhavam.

Todos viram aquilo e logo agarraram nele e levaram-no até ao Jardim de Santa Bárbara onde foi apedrejado até à morte por todos aqueles que sentiram ódio e desprezo por aquela atitude cruel e desumana para com as meninas.

A última visita

João André Freitas
João Lages
Tatiana Gomes

Era o dia 19 de dezembro de 2015, Diogo estava-se a preparar para entrar no avião, nos Açores, com destino a Portugal Continental, mais propriamente Braga. Diogo era um rapaz problemático. Desde criança os seus país não estavam presentes, o pai emigrara e a mãe trabalhava a tempo inteiro.

Com 16 anos decidiu ir viver com os tios em Braga, mas como já tinha problemas viu-se tentado a entrar no mundo do tráfico das drogas. Começou por explorar a cidade tentado encontrar o melhor lugar para expandir o seu negócio. Visitou locais importantes da cidade tais como a Igreja S. Vicente, em estilo barroco, e como é o primeiro edifício com esse estilo em Braga é bastante frequentado. Passou de seguida pela doçaria de S. Vicente que lhe despertou interesse devido ao seu sistema de entregas ao domicílio e também porque tinha os doces tradicionais da cidade, tais como a tíbia e os fidalguinhos, mas achou que seria demasiado suspeito, por isso continuou a sua busca do lugar perfeito para seu tráfico de drogas. Em seguida, passou pela igreja dos Congregados considerada uma das obras-primas da arte bracarense e portuguesa, sendo a fachada uma das mais extraordinárias e emocionantes obras do barroco português.

Seguiu para o palácio do Raio que tinha sido restaurado nesse ano e que desde então era um centro interpretativo completo. Nas suas dez salas, mostra o espólio da Santa Casa da

Misericórdia de Braga, que conta com mais de 500 anos de história. Adiantou-se até ao jardim de Santa Bárbara, espaço colorido pela diversidade de arbustos e flores, refrescante com a sua fonte e ainda uma estátua de Santa Bárbara que dá nome ao jardim e, por último, o que lhe despertou mais interesse, o Bananeiro, pois era época natalícia e muitas famílias passam por lá para cumprir o ritual de beber um copo de vinho do Porto e saborear uma banana.

Diogo viu ali uma oportunidade de ganhar dinheiro em pouco tempo. Começou a frequentar, assiduamente, o local procurando interessados no seu produto; falou com várias pessoas até que abordou um homem, já adulto, com os seus quarenta e tal anos, que parecia bastante interessado no seu negócio. Mal sabia Diogo que esse homem era na verdade um agente infiltrado de um traficante que soube que lhe estavam a tentar roubar o negócio.

Diogo e o interessado combinaram uma hora para a sua primeira entrega, mas na verdade tudo aquilo era uma armadilha orquestrada por Rogério, o até então, maior traficante da zona. Rogério e seu capanga levaram Diogo para o jardim de Santa Bárbara com intenção de não dar nas vistas. Têm uma breve conversa até que Rogério revela as suas intenções que eram desde o início ver-se livre do jovem para poder assim continuar o seu negócio.

O corpo do jovem veio a ser encontrado sem vida no meio de um dos canteiros do jardim de Santa Bárbara e a sua jornada terminou no cemitério municipal de Monte d'Arcos.

Bom Jesus

Ana Barbosa
Carolina Silva
Ana Helena Peixoto
Diana Faria

Era uma tarde de verão, quando Manuel decidiu ir dar um passeio com o seu cão ao santuário do Bom Jesus, em Braga.

Estava tanto calor que foi comprar um gelado ao restaurante Águeda, onde foi servido por uma encantadora jovem chamada Maria. Quando ambos cruzaram os seus olhares, foi como amor à primeira vista, as pupilas dilataram, a pulsação aumentou e naquele momento o mundo parou.

O atendimento foi normal, não conversaram muito, pois Maria estava com bastante trabalho e não houve oportunidade para dialogar.

Porém, nos dias seguintes, Manuel não conseguia parar de pensar naquele momento tão especial. E ela sempre a olhar para a porta do restaurante, sentia o mesmo.

Assim, passada uma semana, Manuel voltou ao Bom Jesus com o seu cão e enquanto o passeava, discretamente, prestava atenção a Maria que, tal como da última vez, estava no seu posto de trabalho. Esperou que o turno dela acabasse e, quando a viu sair, fingiu que tinha atirado acidentalmente na sua direção a pequena bola com a qual brincava com o seu cão. Acertou-lhe na sapatilha! Rapidamente, lhe pediu desculpa, e, depois disso, fingindo que só se estava a lembrar naquele momento, perguntou-lhe se ela não era a rapariga que trabalhava no restaurante onde ele tinha estado na semana anterior. Ela respondeu-lhe dizendo que se lembrava do bonito cão que ele tinha. Assim, para que ela pudesse ver o cão mais uma vez, eles combinaram um encontro. Este foi o primeiro de muitos outros.

Os dias iam passando, estavam cada vez mais próximos e mais apaixonados. Aquele sentimento que tinham um pelo outro era tão intenso, tão forte, tão inexplicável e tão bonito! Manuel e Maria sabiam que tinham encontrado o amor das suas vidas!

Passados alguns anos, o Manuel levou-a a passear pelo Bom Jesus, o local onde se tinham conhecido. Passearam pelos jardins, andaram de barco e passaram um dia fantástico! Ao pôr do sol, qual não foi o espanto de Maria quando Manuel se ajoelhou e a pediu em casamento, à frente do restaurante onde se tinham conhecido. Todo o espaço estava repleto de rosas, velas e de dentro chegava até eles o som de um violino. Ela ficou muito emocionada, muito feliz e encantada. Não havia palavras para descrever todos aqueles sentimentos, nunca ninguém lhe fizera uma surpresa tão bonita e não havia forma de dizer que não àquele pedido!

Após alguns meses, tinha chegado, finalmente, o dia do casamento.

Em pleno outono, com um frio cortante que batia trazido pelo vento, Manuel chega ao Santuário do Bom Jesus onde é recebido por familiares e amigos. Maria chega logo de seguida com um vestido branco lindo e comprido. Olharam um para o outro e emocionaram-se! Grande foi o seu espanto quando viram o Arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles no altar, em cima dos seus lindos e altos sapatos, prestes a celebrar a primeira missa naquele santuário que mandara construir. É verdade...coincidiu com o casamento! Os tempos, por magia, cruzaram-se na celebração de dois dias felizes

Depois de terminar a cerimónia religiosa do casamento, seguiram para um bom almoço e festejaram. Mais tarde, seguiram para um pequeno passeio a que hoje chamamos "lua de mel".

Este dia ficou marcado para os noivos, Maria e Manuel, para o Arcebispo e para a história de Braga. Maria e Manuel viveram felizes para sempre e o Bom Jesus passou a ser o seu lugar favorito.

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