Estádio 1º de Maio

Sociedade Ômega

"O Grande Encontro" era o assunto mais comentado em Portugal naquele dia, em comemoração aos 50 anos da renomeação do estádio 1º de maio, seriam reunidas grandes personalidades de diversas áreas e a alta classe portuguesa numa festa luxuosa e grandiosa. As pessoas concentravam-se em massa nos arredores do estádio de modo a conseguirem bilhete de entrada ou só para poderem ver alguns daqueles que marcaram as suas vidas de alguma forma.

Mas aquilo que poucas pessoas sabiam era da existência de uma organização secreta, encontro em que ocorria a cada 10 anos, liderado pelo presidente do país e reunia 10 pessoas influentes para discutir o futuro, conhecido por eles como- A Sociedade Ômega.

A grande festa já havia começado, tinha todos os tipos de comida, música e bebida de alta qualidade, transmissões em direto pelos canais televisivos, era o dia mais aguardado dos últimos meses. Até que chegou a hora que Marcelo Rebelo de Sousa (presidente de Portugal) subiu ao palco e agradeceu a presença de todas aquelas pessoas, fez um discurso de encorajamento aos portugueses e retirou-se, dirigindo-se aos balneários do estádio onde havia uma passagem secreta que levava até a sala de reuniões da organização.

Marcelo esperava os convidados que aos poucos chegavam, o encontro contaria com o presidente e mais nove pessoas de especialidades diferentes.

Cristiano Ronaldo, o atleta português mais influente mundialmente; Belchior Razalas, jovem jornalista em ascensão; Andrián Silva, cientista muito importante no desenvolvimento farmacêutico; Daniela Melchior, atriz com trabalhos internacionais; Fernanda Amorim, viúva de Américo Amorim e dona de uma grande fortuna; Tony Carreira, que ficou conhecido pelo seu trabalho com a música romântica e fez muito sucesso nacionalmente; José Antunes, ex-combatente muito condecorado; Dionísio Pestana, dono de uma rede de hotéis, e, por último; Sónia Morena, que nesse tempo, era uma das melhores professoras universitárias.

Todos já se encontravam presentes quando Marcelo decidiu fazer o seu primeiro anúncio:

-Hoje, com todos aqui presentes, quero falar sobre o nosso primeiro tema que é uma melhoria na ajuda das condições de vida dos nossos ex-militares, para que seja reconhecido o mérito dessas pessoas que arriscam a vida pelas nossas.

Todos concordaram achando que seria uma medida justa e agradou ainda mais ao José Antunes que via o seu trabalho e dos colegas sendo pago. Após o anúncio, o presidente falou que precisava entrar e passou por uma porta que levava a um corredor com outras salas. Enquanto isso, Dionísio e Cristiano foram conversar.

-Preciso da sua ajuda, acho que o presidente está disposto a acabar com o acordo de hospedagens das pessoas importantes que vêm visitar Portugal- Disse o empresário.

- Percebo a sua preocupação, mas não há muita coisa que eu possa fazer.

-Tens de estar ao meu lado, sei que já não estás satisfeito com ele, ainda mais agora, que te acusam de sonegação de impostos.

-Tens razão, temos que descobrir algo que desvie as atenções- Concluiu o jogador.

Momentos depois, ouve-se um grito que vinha de longe, foram todos a correr para ver o que se passava, e lá estava... Daniela Melchior aos prantos e ao seu lado Marcelo caído sem vida com um copo partido no chão. Estavam todos em choque com aquilo sem saberem o que fazer, foi então que o militar assumiu a palavra e disse que todos deviam permanecer por ali até que o assassino fosse encontrado, dois já estavam fora de suspeitas, o militar por ser o único naquele momento que seria muito prejudicado com a morte, e Fernanda Amorim por

já estar muito velha e debilitada.

José Antunes começou a investigações e o jornalista Belchior Razalas, logo se ofereceu para ajudar, argumentando que procurar provas e investigar era o que fazia para sobreviver.

No quarto onde estava o corpo, foi encontrado um caderno meio rasgado onde constavam assuntos para serem tratados e o nome do cientista. Agora, já tinham um começo.

Andrián Silva começou a ser interrogado e após uma longa conversa chegaram ao ponto principal.

-Todos sabemos que o seu instituto de pesquisas já não dá resultados há anos e o governo vai transferir as suas verbas para outro qualquer que funcione- Gritou o jornalista.

-SIM, eu sei que tenho muitos motivos para ter raiva de Marcelo, mas não sou o único aqui com motivações, ele ainda era o único que poderia anular essa decisão.

-Ainda ouvi dizer que as músicas mais famosas de Tony Carreira nem são dele, mas sim roubadas e Marcelo já sabia disso- Concluiu o Andrián.

Ainda com Andrián sob suspeitas foram à procura do cantor e falar sobre as acusações que o mesmo tinha recebido. Tony Carreira encontrava-se bebendo com uma certa seriedade no olhar.

-Eu sei porque estão aqui, acham que eu possa ter matado o presidente, isto choca-me, a minha vida toda tem sido a música, não poderia ter feito algo assim, graças à liberdade e à paz sou famoso hoje.

Abalado e confuso foi como o cantor proferiu estas palavras, mas o militar seguiu sua investigação.

-Percebo que seja difícil, ainda mais agora que já sabemos que a sua fama é um plágio e Marcelo era um dos poucos com conhecimento sobre isso.

-Nós tínhamos um acordo, eu e meu grande amigo, Francisco Esteves, sempre fomos apaixonados por música, ele escrevia e eu cantava, porém ele não acreditava que poderíamos chegar a ficar famosos e então eu comprei as suas letras por um preço baixo e se um dia chegasse a ter fama ele não teria créditos por isso. Aliás, estou na produção de um novo álbum podem ir lá ver como gravei todas as músicas.

-Acredito no senhor, mas temos de analisar todas as opções.

-Se ajudar, rolam boatos de que a Sónia Moreira tenha alterado alguns dados numa pesquisa qualquer.

E lá foram os dois detetives, contudo antes de interrogarem a professora, Belchior perguntou a José.

-Então, quem achas que está por trás disso?

-Realmente, não sei, todos parecem ter motivos.

-Desconfio do cientista, ele seria muito prejudicado com o fecho do seu instituto, ainda é novo, tem muita coisa pela frente.

Encontraram Sónia, que chorava muito, muito mesmo, visivelmente a mais abalada com a perda. Dessa vez o jornalista iniciou o interrogatório.

-Senhora, peço que diga sempre a verdade para facilitar nossa investigação, nós sabemos que alguns dados foram falsificados uns anos atrás, em que a senhora estive sobre pressão para publicar resultados significativos e o presidente tinha conhecimento, a senhora confirma?

-Sim, isso realmente aconteceu, o presidente já sabia e disse que não me ia expor, mas pela minha consciência estava a refazer o estudo, não me orgulho do que que fiz.

-Tudo bem, mas como a senhora pode provar tudo isso?

- A verdade é que eu e o presidente tínhamos um caso e se isto fosse a público seria mais prejudicial para ele do que para mim, eu o amava, nunca faria algo assim- disse a professora extremamente emocionada.

Os dois acreditaram nela e foram seguir com as investigações, faltavam 4 pessoas a serem interrogadas. Atrás da porta estava Fernanda Amorim que escutava atentamente a conversa e disse:

-Não vale a pena pisarmos em todos para termos o que queremos, às vezes, o que procuramos está ao nosso lado.

Aquelas palavras intrigaram os dois que não perceberam o que ela quis dizer, foram agora atrás de Daniela Melchior, que encontrou o corpo e de Sara Sampaio, a modelo, já se conheciam antes da reunião, haviam feito sessões fotográficas juntas e produzido uma mini série, o militar começou a investigar enquanto Belchior saiu para dar uma olhada no local.

-Senhorita Melchior, sabemos que o corpo foi encontrado por si mais cedo, como isso aconteceu?

- Eu estava a sair da casa de banho e fui beber um copo d'água quando vi Marcelo morto, não consigo esquecer.- disse a atriz, tensa com tudo aquilo.

A modelo confirmou a história

-É verdade, fui à casa de banho e estava ocupada, depois voltei a sala e decidi esperar ficar livre.

-Sabemos que vocês as duas tinham motivos para desejar a morte do presidente preciso que falem agora o porquê de ele poder prejudicar as suas carreiras.

A atriz começou por falar que no passado usou sua influência para dificultar suas concorrentes a conseguirem papéis em filmes que podiam alavancar as suas carreiras e a modelo também recorreu a métodos ilegais para sobressair-se no início da carreira. Foi neste momento que entrou Belchior no ambiente com novas provas, era um áudio de uma conversa que havia sido gravada entre Cristiano Ronaldo e Dionísio Pestana. partir dali acreditavam já ter os assassinos, os dois negaram de todas as formas, mas as provas indicavam para eles dois. E então tornou-se público, era o assunto mais comentado no mundo "Cristiano Ronaldo, o assassino" e o primeiro artigo, com certeza, foi publicado por Belchior Razalas que tinha visto tudo de primeira classe. Todos voltaram as suas vidas normais, menos os dois culpados.

Alguns dias passaram, e José Antunes foi ao presídio falar pela primeira vez com eles, agora muito respeitado por ter desvendado o assassinato do presidente.

-Como vai essa vida de herói? Valeu a pena acabar com a de dois inocentes por isso? - disse Cristiano com toda a sua reputação por água abaixo.

-Vocês fizeram isso e tiveram o que mereciam.

-Fomos presos apenas por uma conversa que foi vazada, a morte de Marcelo não seria boa pra nós, mas teve alguém que se beneficiou muito com isso, alguém que fez questão de participar nessa investigação e hoje está muito famoso.

Dionísio concluiu:

-Muito inteligente deixar no local provas que incriminasse os outros, quando fui preso pedi para que alguns amigos investigassem mais sobre ele e descobri que Belchior Razalas nem é seu nome de verdade, R-a-z-a-l-a-s ao contrário fica S-a-l-a-z-a-r, descobri que ele bisneto de António Salazar antigo ditador de Portugal.

José ficou em choque por ter acreditado tanto naquele homem e foi enganado assim, partiu com muitas viaturas para a casa onde morava o jornalista e já não tinha mais nada, apenas alguns papéis no chão jogados, os documentos sobre Salazar que se encontravam na residência do presidente tinham desaparecido. Cristiano Ronaldo e Dionísio Pestana foram soltos, receberam um pedido de desculpas público e

indemnização pela degradação da imagem. Depois disso, Belchior Razalas, ou melhor, Belchior Salazar, nunca mais foi visto.

Arthur Montenegro, 10º04 - Projeto de Escrita Criativa "Olhar Braga"


O Esquadrão da Aurora Negra

Passaram-se 50 anos desde a primeira tragédia que ocorreu no Estádio 1º de Maio. Desde então, o terror tem-se instalado no grande relvado daquele espaço. O sangue derramado, fruto de uma carnificina inimaginável, por mais imenso que fosse, não era visível para qualquer um, apenas para aqueles que ousavam desafiar aquele horror indescritível.

Após a morte do meu pai, tragédias e assassinatos despertaram mais interesse em mim. Deduzo que seja pelo facto de ele ter cometido suicídio sem indícios de depressão no Estádio 1.o de Maio. Na minha perspetiva, tenho a certeza de que não houve suicídio nenhum, e a causa da sua morte vai muito além do que os nossos olhos conseguem ver. Mas eu não vou descansar até apanhar a "coisa" que fez isto ao meu pai.

Lendas e mitos sempre foram muito comuns na cidade de Braga. O Palácio de D. Chica foi, sem dúvida, um dos mais conhecidos. Mas, ainda mais conhecida que essa, é a lenda da maldição do Estádio 1.o de Maio. Ninguém se atreve a aproximar-se daquele lugar. O medo vive constantemente instalado no povo residente, porém, uma pequena parte da população acredita que não existe nenhuma entidade responsável por todas aquelas mortes. Eu acho que são só balelas. Por isso, pela primeira vez em 50 anos, vou sair com vida daquele lugar. Vou descobrir todos os mistérios por detrás e vou partilhar a verdade com toda a gente. E para isso, vou precisar da ajuda do meu pai.

Agora, vocês estão se a perguntar. Como é que eu vou pedir ajuda ao meu pai? Esqueci-me de referir que, para além de ser uma estudante, sou também médium. Porém, ninguém pode saber. O Esquadrão da Aurora Negra (1) acabaria por me colocar

em cativeiro, ou pior... Vou me contactar com ele e descobrir como passar por todos os seguranças que estão à porta daquele local.

"Já me encontro dentro daquele sítio sinistro. A voz do meu pai ecoa na minha mente e dá-me direções para onde me devo dirigir. Ele está aqui, preso entre o mundo e o próximo, à procura de paz e justiça para todos aqueles que sofreram nas mãos deste horror. Os guardas rondam apenas a parte exterior do estádio. Consegui entrar por uma pequena porta camuflada por um musgo imenso. No momento que pisei o relvado, uma brisa invade-me a espinha e sinto a minha alma a sair e voltar para o meu corpo.

Nunca senti nada assim na minha vida. E nunca vi nada assim na minha vida. O sangue escorria por todo o lado. Um mar de almas perdidas dirigiu-se a mim. Elas perceberam de imediato que eu era diferente de todos aqueles que entravam naquele lugar. Quem morreu lá, não partiu para uma próxima vida. Ficaram encurralados neste

mundo cruel, onde só a morte os poderia tirar de cá. Mas, nem mesmo a morte conseguiu expulsar estas almas deste inferno.

Ouvi um som abafado vindo dos balneários. Escondi-me atrás do muro que separa as bancadas da pista de atletismo. Tinha a visão turva pois aquelas entidades mexem bastante com o meu estado de espírito. Foquei a visão e vi o Esquadrão da Aurora Negra entrar pela abertura principal. O que fariam eles aqui? Nem é preciso perguntar como é que entraram, já que são as pessoas mais conceituadas do país. Oiço apenas as batidas do meu coração e a voz daqueles indivíduos.

- Isto está a passar dos limites. Como é que ainda não encontramos o responsável por tudo isto? Já se passaram 50 anos e a única informação que temos sobre essa pessoa é que tem 50 anos.

Não faz sentido. Como é que uma pessoa com 50 anos pode ter cometido homicídios há 50 anos? Eles não percebem mesmo nada. São tão estúpidos como eu sempre pensei que fossem.

- Pessoas inocentes estão constantemente a ser mortas. Como é que sabemos que encontramos o indivíduo? Se calhar já morreu há anos e não recebemos nenhum sinal do universo.

Continuo a escutar a conversa atrás do muro, cada vez a querer mais sair dali. Não estou a perceber a origem desta conversa mas tenho 100% certeza que não tem nada a ver comigo. Consigo escapar pelo mesmo sítio que entrei e vou para casa. Acabo por adormecer por cima dos lençóis e tenho um sonho muito invulgar.

Sonhei que voltei ao Estádio e descobri o mistério por trás daquele lugar. Acordei num sobressalto e percebi de imediato: eu não morri. Entrei naquele estádio e estou viva, tal como o Esquadrão da Aurora Negra. Nada bate certo. Falta uma peça neste puzzle e eu vou descobri-la, nem que isso custe a minha vida.

Anotei tudo o que vi num caderno de capa dura vermelho que a minha mãe me deu no meu aniversário de 16 anos o ano passado. As conversas, os espíritos, o meu pai, o sangue. Todas estas informações foram transformadas em tinta de caneta nas folhas do meu caderno. Liguei o computador e vou pesquisar mais sobre estas tragédias.

Ao pesquisar na Internet, encontrei informações que lançam luz sobre padrões perturbadores relacionados às tragédias no Estádio 1.o de Maio. Em 1974, ano da primeira tragédia, ocorreu a morte de doze recém-nascidos, um a cada mês. Em 1980, doze crianças de seis anos faleceram, também uma a cada mês. Já em 2010, doze adultos de trinta e seis anos perderam a vida, novamente um por mês. Esses eventos formam um padrão, com o ano de 1974 como ponto de referência. A idade das vítimas parece seguir uma contagem a partir desse ano. Doze indivíduos que têm a mesma

idade que os anos da primeira tragédia acabam por falecer no Estádio, seguindo esse padrão.

Isso significa que, daqui a um mês, vai morrer uma pessoa de 50 anos. Eu

preciso de travar isto antes que seja tarde demais.

"Já estou novamente no Estádio. Desta vez, não precisei gastar as minhas energias a contactar-me com o meu pai. Escondi-me novamente atrás do muro e voltei a ver o Esquadrão a entrar pela porta principal. Desta vez, tinham vestido uma túnica preta que cobria praticamente todo o seu corpo, à exceção da cabeça. As almas continuam a vaguear pelo relvado, mas eu não espero que eles as consigam ver ou sentir. Uma entidade atravessa o corpo de um dos indivíduos. Porém, o que eu menos esperava é que ele sentisse aquele toque sobrenatural.

- Vê por onde andas!!

Não é possível. O grupo de pessoas que abominam indivíduos com capacidades paranormais, são indivíduos com capacidades paranormais.

- Mostra-te.

Para quem estariam eles a falar? Nem sei porque me questionei, já que fui arrastada para o meio do seu culto, sem ter tempo para resistir.

- Ora, ora. Corajosa tu, não? Quanto e o que é que ouviste?

Menti.

- Tudo. Já sei todos os vossos segredos.

Esperei uma reação diferente daquela que eles mostravam nas suas faces.

- Para quê mentir? Já sabes que vais morrer, mais vale dizer a verdade, certo?

Congelei. Finalmente encontrei a última peça do puzzle.

- Não estou a mentir. Sei que vocês estão envolvidos em magia negra, sei que matam pessoas que têm a mesma idade que os anos das tragédias no Estádio, seguindo um padrão. Só não sei uma coisa. De quem vocês andam à procura.

Finalmente pude ver o ar perplexo do Esquadrão. O líder fitava-me, à procura das palavras certas para usar.

- Bravo. Já que não vais sair daqui viva, não tem mal nenhum te dizermos a verdade. Em 1974, nasceu um médium. Os espíritos transmitiram-nos essa informação e disseram que o seu nascimento causaria o fim do nosso poder. A única coisa que sabemos é que, neste momento, tem 50 anos e vive em Braga. Por isso, a cada mês que passa, matamos uma pessoa na esperança que essa seja o médium que tanto procuramos. Decidimos criar um padrão para que toda a população achasse que não passa de uma maldição e que não há nenhum ser humano responsável por todo este horror. Escolhemos o Estádio 1ª de Maio para fazer isto tudo porque era um espaço grande o suficiente para manter as almas aprisionadas aqui. Agora, deves te estar a perguntar. Porque é que as mantemos aqui presas?

Fitei-os em silêncio.

- É simples. Eles dão-nos energia suficiente para continuarmos vivos aos 140 anos. Roubamos as suas memórias e alimentamo-nos delas. E vamos fazer o mesmo contigo.

Antes mesmo de eu responder, vejo uma luz exuberante a vir em direção a mim que manda todo o grupo ao chão. Depois, uma grande explosão liberta todas as almas daquele lugar. Não estou chocada. Sei quem é que fez isto e quem tem mais poder que todo o Esquadrão junto. Consigo fugir e voltar a casa a salvo. Quando cheguei, a minha mãe estava sentada à mesa.

- Conseguiste!

- Sim, mãe. E eles nem desconfiavam que eras tu a pessoa que eles procuravam.

-. Nós. Nós éramos as pessoas que eles procuravam. Não percebes? Tu não existirias se eu não nascesse. "o seu nascimento causaria o fim do nosso poder". Tu nasceste porque eu nasci. Juntas conseguimos libertar o teu pai e todas aquelas almas.

Fim!

(1) Grupo especializado da polícia dedicado a investigar e deter pessoas envolvidas em práticas de magia negra, ocultismo e atividades sobrenaturais, incluindo médiuns. Formada por agentes treinados em conhecimentos esotéricos, esta unidade opera para proteger a comunidade contra ameaças sobrenaturais e criminosos do mundo oculto, com o objetivo de garantir a segurança pública e desvendar mistérios.

Mariana Moreira Braga Nº 16 10º 04 - Projeto de Escrita Criativa "Olhar Braga"


Estádio 1º de Maio

Na tranquila cidade de Braga, onde há montanhas e ruas estreitas, tradições e hábitos inovadores, ergue-se o Estádio 1º de Maio. Numa tarde pacífica, Alberto, um jovem encantado pelo futebol, decidiu explorar o estádio.

Ao atravessar os portões, Alberto sentiu um calafrio, como se o estádio tivesse um segredo escondido. Ele subiu as escadas com percalço, sem saber o que estaria por vir. Ao chegar ao topo, ficou maravilhado com a incrível vista da cidade diante dele.

Decidido a desvendar os mistérios do estádio, Alberto começou a explorar os corredores vazios e os camarotes silenciosos. Subitamente, um barulho ecoou pelo corredor, fazendo-o estremecer. Com o coração acelerado, Alberto seguiu o som até uma porta entreaberta.

Determinado a descobrir a verdade, Alberto atravessa a porta com coragem e determinação. À medida que caminhava pela porta, os gritos e as buzinas deixaram claro onde ele se encontrava. Tinha viajado no tempo, recuando até ao momento em que ocorreu a primeira partida de futebol naquele estádio. Alberto, como grande adepto do Braga, estava em pulgas por ter a oportunidade de ver a histórica partida ao vivo. Depois dos 90 minutos, a emocionante partida acabou com a vitória do Braga, originando a primeira de muitas taças ganhas. De seguida, ele volta ao presente feliz e emocionado pela sua incrível aventura.

Por fim, Alberto descobriu que o segredo resguardado pelo estádio era o dia da inauguração, que dá forças à equipa bracarense a continuar a lutar pelos títulos que conquistam. Sentindo-se inspirado pela experiência, Alberto decidiu contar a história para os amigos e familiares, destacando a importância de preservar a memória e as tradições que fortalecem a identidade do clube e da cidade.

Dias depois, Alberto não conseguia tirar da cabeça a sensação de que havia mais a descobrir sobre o Estádio 1º de Maio. Ele começou a investigar a história do estádio e os momentos mais marcantes das partidas realizadas ali. A cada nova descoberta, ele sentia que estava mais perto de desvendar todos os segredos que o estádio guardava.

Certo dia, enquanto lia um antigo jornal na biblioteca municipal, Alberto encontrou uma referência a uma sala secreta no estádio, onde se diziam guardados objetos valiosos e registros históricos do clube. Decidido a encontrá-la, ele voltou ao estádio, desta vez com mais determinação do que nunca.

Alberto passou horas explorando cada canto, até que finalmente encontrou uma parede falsa no subsolo. Com um empurrão, a parede cedeu, revelando uma pequena sala repleta de memórias: camisas antigas, troféus esquecidos, e até diários de jogadores e treinadores que fizeram história no Braga.

Entre os itens, ele encontrou um velho caderno com anotações detalhadas sobre cada partida importante do clube, incluindo estratégias, emoções dos jogadores e relatos das vitórias e derrotas. Havia também uma carta, endereçada ao futuro, escrita pelo primeiro treinador do clube, expressando seu desejo de que o Braga continuasse a crescer e se fortalecer, mantendo sempre o espírito de união e paixão pelo futebol.

Com o coração cheio de orgulho e emoção, Alberto percebeu que sua missão era compartilhar essas descobertas com a comunidade. Organizou uma exposição no estádio, onde os torcedores poderiam conhecer a rica história do clube e sentir-se parte de algo maior. A resposta foi incrível: torcedores de todas as idades compareceram, e a exposição tornou-se um ponto de encontro e celebração da paixão pelo Braga.

Graças à coragem e curiosidade de Alberto, o segredo do Estádio 1º de Maio foi revelado, e a herança do clube passou a ser celebrada e valorizada por todos. O estádio, agora visto como um guardião da memória e da tradição, continuou a inspirar gerações de torcedores, mantendo viva a chama da paixão pelo futebol em Braga.

Trabalho realizado por: Daniel Côto, Gabriel Esteves, Gonçalo Torres e Matilde Santos


Estádio 1º de Maio

Numa manhã de primavera, onde as flores desabrochavam em cores vibrantes e o ar impregnava o perfume de uma nova estação, os pássaros cantavam alegremente e o sol começava a aquecer a cidade de Braga após uma longa semana intensa de chuva. Estava eu ansiosa para descobrir os encantos desta cidade histórica, e como uma amante de futebol, um local imperdível para mim foi o estádio 1º de Maio.

Aproximava-me lentamente do estádio, encantada e impressionada pela sua grandiosidade. Quanto mais me aproximava, mais conseguia sentir a energia pulsante que fluía no local, mesmo em um dia sem jogos, quase que conseguia ouvir os gritos de vitórias passadas e batalhas travadas a ecoar pelas paredes. As suas arquibancadas eram como guardiãs silenciosas de memórias.

Um homem, que acreditei ser um funcionário, nos guiava para o meio do estádio enquanto contava a história do lugar, mesmo parecendo a centésima vez que a contava isso não tirava o meu entusiasmo ao conhecer o espaço histórico. Um dos aspetos mais fascinantes do estádio é a sua capacidade de se adaptar e evoluir ao longo dos anos. O estádio do Braga desde a sua construção, passou por várias reformas para melhorar o conforto e segurança, mas mesmo assim, o estádio ainda mantém a sua essência original, como uma testemunha silenciosa das mudanças que ocorreram à sua volta. Cada canto do estádio parecia respirar história.

Enquanto percorria os corredores do estádio, pude sentir a emoção contida dentro de mim. Imaginava as multidões apaixonadas que já haviam ocupado aqueles assentos, a vibrar e a celebrar em cada vitória. O estádio era mais do que apenas um local de entretenimento; era um lugar onde memórias eram feitas e laços eram fortalecidos.

O Estádio 1º de Maio também desempenha um papel importante na comunidade local. É um centro de atividades recreativas e culturais, onde pessoas de todas as idades se reúnem para celebrar sua paixão pelo desporto e pela cidade de Braga. É um lugar de encontros e celebrações, onde a diversidade é celebrada e as diferenças são deixadas de lado em prol de um objetivo comum: apoiar o time da casa.

À medida que minha visita chegava ao fim, senti-me profundamente grata pela experiência de conhecer o Estádio 1º de Maio de Braga. Mais do que apenas um local de jogos de futebol, é um símbolo de identidade e orgulho para os habitantes de Braga, uma testemunha silenciosa da paixão e da dedicação que define esta cidade encantadora.

Eduarda Costa, 10º12


Estádio 1º de Maio

No estádio primeiro de maio, em Braga, no auge do estado novo as tensões políticas fervilhavam nas arquibancadas tanto quanto no campo de futebol. Era um dia que prometia um jogo acalorado entre o Sporting Clube de Braga e Futebol Club do Porto mas o verdadeiro embate estava prestes a acontecer entre o regime autoritário de António Salazar e aqueles que ousavam desafiá-lo.

Enquanto as multidões se aglomeravam, os ânimos já estavam exaltados e os adeptos de ambas as equipas, muitos deles descontentes com o regime, aproveitaram a oportunidade para expressar a sua insatisfação. Entre eles estava Igor Queiroz, um fervoroso opositor ao Estado Novo que via no futebol não apenas um jogo mas também uma forma de protesto.

Durante o intervalo do jogo, Salazar, acompanhado pelos seus guarda-costas, decidiu fazer uma aparição surpresa nas bancadas. A notícia espalhou-se rapidamente entre os adeptos, gerando uma mistura de surpresa, indignação e, para alguns, oportunidade.

Ao avistar Salazar entre a multidão, Queiroz sentiu uma mistura de raiva e determinação. A oportunidade de confrontar o líder do regime que oprimia o país estava ali, diante dele. Sem hesitar, aproximou-se, ignorando os apelos dos seus amigos para que se contivesse.

"Salazar!", gritou Queiroz, a sua voz ecoando sobre o burburinho do estádio. "É hora de prestar contas pelo sofrimento que causou a este país" Salazar, surpreendido pela audácia do jovem, virou-se para encará-lo. Os seus guarda-costas prontamente intervieram, mas Queiroz não recuou.

"O povo não suportará mais a tua tirania!" continuou Queiroz, a sua voz adquirindo um tom cada vez mais inflamado. "É hora de caíres!"

Os adeptos ao redor começaram a prestar atenção à cena que se desenrolava, e logo uma multidão se formou em volta de Salazar e Queiroz. Alguns expressavam apoio ao líder do regime, enquanto outros se juntavam ao coro de protesto.

A tensão atingiu o seu ápice quando um grupo de adeptos do FC Porto, inflamados pelo discurso de Queiroz, começou a confrontar os adeptos do SC Braga. O que começou com uma troca de insultos rapidamente se tornou em violência física, com socos voando e gritos escoando pelo estádio.

Em meio ao caos, Queiroz avançou em direção a Salazar, brandindo uma faca que tinha escondido sobre a sua camisola. Com um grito de raiva, desfere golpes rápidos e furiosos contra o líder de regime, que estava completamente desprotegido diante do ataque surpresa.

Os guarda costas de Salazar reagiram rapidamente, tentando deter Queiroz, mas já era tarde demais. O dano estava feito. Salazar jazia no chão, gravemente ferido, enquanto Queiroz era arrastado para longe pela multidão enfurecida.

O estádio mergulhou em caos total, a violência espalhou-se pelo campo de futebol, com os jogadores e árbitros se vendo impotentes diante da fúria dos adeptos. O que deveria ter sido apenas um jogo de futebol transformou-se numa batalha campal, com vidas sendo perdidas no tumulto.

Enquanto Salazar era levado às pressas para receber atendimento médico, a notícia da sua agressão espalhou-se como fogo selvagem pel país. O incidente no estádio Primeiro de Maio tornou-se um ponto de viragem de Portugal, desencadeando uma série de eventos que levaram ao fim do estado novo.

Com a morte de Salazar, o regime perdeu a sua figura central de autoridade, mergulhando o país num período de incerteza e instabilidade política. As forças da oposição ganharam novo ânimo, desencadeando uma série de eventos que levariam ao fim do Estado Novo.

Com a morte de Salazar, o regime perdeu a sua figura central de autoridade, mergulhando o país num período de incerteza e instabilidade política. As forças da oposição ganharam novo ânimo, e em pouco tempo, o Estado Novo desmoronou sob o peso da sua própria opressão.

O Estádio Primeiro de Maio, que antes fora palco de jogos de futebol emocionantes, tornou-se um símbolo da luta do povo português por liberdade e justiça. E enquanto as cicatrizes daquele dia fatídico permaneceram por muito tempo, também serviriam como lembrete do poder do povo quando se une contra a tirania.

Daniel Côto; Gonçalo Silva; João Fernandes; Rodrigo Silva, 10º04

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